top of page

Transformers — O Último Cavaleiro só comprova mais uma vez as fragilidades de Michael Bay enquanto c

  • Tarcísio José Morais
  • 5 de ago. de 2017
  • 3 min de leitura

Antes o capítulo anterior fosse realmente "A Era da Extinção"


Para começar esse texto, vou dizer algo muito taxativo: Eu tenho repulsa violenta aos filmes do Michael Bay. Salvo apenas dois filmes que tenho em DVD e pelos quais nutro leve simpatia: A Ilha, que considero “o melhor” filme dele e Armagedom, um filme que tem uma harmoniazinha pop bastante interessante, apesar de tantos problemas. O maior desses problemas é mesmo o gosto do Bay pelas explosões megalomaníacas que transparecem tanta plasticidade, que não consigo ver como aceitável o bizarro espetáculo que o diretor preferencia. Transformers — O Ultimo Cavaleiro é, de longe, um espetáculo bizarro, como, em minha opinião, já tinha sido seu antecessor. O problema ainda mais grave aqui é que Bay copia tudo o que já fez com os Autobots e Decepticons e entrega um filme onde as bizarrices, como de costume, servem para (tentar forçosamente) justificar as irracionalidades, que são muitas, acredite, e elas não conseguem, mesmo para quem gosta da guerra de máquinas, ter sentido algum.


Os humanos estão em guerra com os Transformers, que precisam se esconder na medida do possível. Cade Yeager (Mark Wahlberg) é um de seus protetores, liderando um núcleo de resistência situado em um ferro-velho. É lá que conhece Izabella (Isabela Moner), uma garota de 15 anos que luta para proteger um pequeno robô defeituoso. Paralelamente, Optimus Prime viaja pelo universo rumo a Cybertron, seu planeta-natal, de forma a entender o porquê de ele ter sido destruído. Enquanto isso, na Terra, Megatron se prepara para um novo retorno, mais uma vez disposto a tornar os Decepticons os novos soberanos do planeta. A trama envolve os mitos de Rei Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda, assim como também, o de Merlin e seus mistérios.


O problema não é incluir, a cada filme, um plano histórico para justificar as relações entre robôs alienígenas e humanos; nada contra apagar, recomeçar e começar de novo, mas dessa vez, mais que nas outras, tudo soa tão artificial que nem a voz do Anthony Hopkins narrando os acontecimentos iniciais em seu tom senil confere alguma emoção. Em verdade, parece que Hopkins está apenas cumprindo tabela, num personagem que nem chega mesmo a ser um personagem no sentido mais pleno da palavra, muito embora seja o melhor esforço do filme. Esforço, sim. E ele não é único. Laura Haddock interpreta uma professora que subjuga a própria inteligência e Isabela Moner é tão bela quanto Megan Fox e Rose Huntington-Whiteley, mas tão ríspida na atuação quanto suas antecessoras. John Turturro, de quem gosto bastante e Mark Whalberg se limitam a, quando muito, gritarem com os robôs que, ao que parecem, são incapazes de ouvi-los pelas alturas que atingem. [if !supportLineBreakNewLine] [endif]O mais curioso, para mim, pelo menos, é que Transformers 5 foi feito diretamente em 3D e isso só deu ao Michael Bay a loucura necessária para projetar da tela as mais absurdas sequências de explosões e estilhaços que já vi na franquia, o problema é que tudo é muito plástico, amontoado como um festival de pirotecnia feito por uma criança que se diverte porque ainda não possui senso do ridículo. Infelizmente, parece que aquele charme que eu havia visto no primeiro, e que, decerto, era fruto da influência pesada do Spielberg, simplesmente foi-se evanescendo até dar lugar ao completo irracionalismo. Sei que parece piada falar de racionalidade num filme onde um Camaro se transforma num robô de mais de dez metros de altura, mas o primeiro Transformers tinha um quê spielbergiano de relação entre humanos e alienígenas, por mais que as correrias e explosões atrapalhassem, que me fez tolerar tanta bola fora do Bay. O segundo, foi um completo desperdício, o terceiro tinha uma ideiazinha bacana e muitos problemas, mas o quarto e, acentuadamente, esse quinto episódio.... Francamente!



A impressão que tenho é que Michael Bay, que jamais considerou as críticas feitas a seus filmes, também não escutou a própria consciência. Depois de vê-lo investindo, filme após filme, em planos mínimos que tornam a narrativa histérica, só concluí aquilo que já imaginava e defendia em conversas com os fãs do diretor, de que ele não é um diretor de ação, porque, em viés narrativo, o que ele faz não é ação, é histeria cênica, e o pior, nem divertida consegue ser. Um crítico estadunidense, cujo nome já não recordo, disse uma vez que “Michael Bay mata a emoção dos próprios filmes”. Eu creio que é um erro pensar isso. Dificilmente se mata aquilo que não existe.



Comments


 POSTS recentes: 
 procurar por TAGS: 
nos sigam nas redes sociais
  • Facebook B&W
  • Twitter B&W
  • Instagram B&W

© 2023 por Pitstop Cultural. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Facebook B&W
  • Twitter B&W
  • Instagram B&W
bottom of page